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http://hdl.handle.net/123456789/171
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Title: | Influência geoambiental em mudanças de atitudes e atividades econômicas na Colônia Witmarsum, Paraná. |
Authors: | PACCOLA, Maria Ângela Ruiz |
???metadata.dc.advisor???: | MELO, Mário Sérgio de |
Keywords: | Estrias glacias Monumentos geológicos Menonitas Ecoturismo |
Issue Date: | 2007 |
Series/Report no.: | 551.1 P114i |
Abstract: | A Colônia Witmarsum localizada no município de Palmeira no Estado do
Paraná detém um dos mais importantes testemunhos da atuação da glaciação em
território brasileiro. Trata-se do pavimento estriado, hoje convertido em
monumento geológico, através da ação da Mineropar (Minerais do Paraná)
seguindo a proposta do Projeto Caminhos Geológicos desenvolvido no Rio de
Janeiro.
O pavimento formou-se durante os períodos Carbonífero e Permiano,
períodos esses, que a região sofreu movimentos de soerguimento que a expôs a
longos processos erosivos. O mais conhecido pavimento teria se formado em um
ambiente de planície costeira relativamente baixa que possibilitou tanto a
sedimentação arenito-conglomerática flúvio-glacial quanto glácio-lacustre. Como
resultado das geleiras existentes nesse período formaram-se as estrias,
provavelmente em decorrência de duas glaciações distintas. A mais antiga é
designada de Rio do Salto e a subseqüente de Cancela. A área da colônia está
assentada sobre a Formação Furnas e o Grupo Itararé. A Formação Furnas
constitui-se basicamente de arenitos de idade siluriana a devoniana, enquanto
que o Grupo Itararé compõe-se basicamente de diamictitos e arenitos formados
durante os períodos glaciais e periglaciais ocorridos no Permo-Carbonífero.
Embora o pavimento localizado próximo à fábrica de Laticínios Cancela seja o
mais estudado e conhecido da literatura especializada, outro afloramento do
mesmo tipo foi identificado e tem a chance de também ser transformado em
monumento geológico. A Colônia Witmarsum possui peculiaridades culturais além
das naturais que a distingue no cenário brasileiro. Os colonos que a habitam são
de origem teuto-russa e chegaram ao Brasil na década de 1930 refugiados da
Rússia que, naquele momento histórico, estava envolta com a revolução
socialista. O grupo estabelecido em Witmarsum professa a religião menonita,
derivada do movimento anabatistas (rebatizadores) surgido na Suíça no século
XVI. O termo menonita advém do nome do fundador dessa corrente religiosa,
Menno Simons. De um modo simplificado, os pilares de fé dessa religião
concentram-se no batismo dos adultos, na negativa ao juramento, na negativa à
prestação do serviço militar e na separação do mundo. Os menonitas
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estabelecidos no Brasil passaram por um processo adaptativo e incorporaram
certos traços da cultura brasileira. Um exemplo disso é a prática de uma atividade
econômica diferente da qual era executada na Rússia e a adoção do português
como a terceira língua falada pela comunidade em supressão ao russo, embora o
alemão seja mantido como língua principal e diária do grupo. No início do
processo de colonização de Witmarsum, os menonitas tentaram introduzir a
agricultura temperada que se mostrou ineficiente em decorrência das condições
naturais da região. Diante do fracasso da produção agrícola, a opção converte-se
para a pecuária leiteira, atividade que predomina até hoje. Entretanto, as
mudanças econômicas que atingiram o Brasil infiltraram-se também em
Witmarsum e impulsionaram a busca de novas fontes de produtividade.
Decorrente do ambiente natural que cerca a colônia, área inserida dentro do
domínio de Campos Gerais, presença de pavimentos estriados e formação de
grutas, parte dos colonos tem procurado adotar uma nova vertente econômica
que converge para a adoção do geoturismo. Essa atividade tem sido introduzida
de forma tímida, mas surge como uma promessa de apoio econômico para a
atividade tradicional vigente na colônia. Juntamente com as riquezas naturais, a
própria cultura constitui um atrativo a ser oferecido aos turistas que já começaram
a procurar Witmarsum. O enfoque turístico preferido pelos colonos de Witmarsum
é o ecoturismo, que entre outros motivos, atende aos interesses dos moradores
de permanecerem na gerência da atividade e de controlarem, pelo menos em
parte, o choque cultural entre os moradores e os turistas. O dilema vivido por
alguns moradores é provocado pelo temor de que o turismo poderá provocar,
tanto no meio físico quanto no meio cultural, mudanças muito significativas que
afetem as tradições do grupo, tradições estas que são mantidas desde o século
XVI. |
URI: | http://hdl.handle.net/123456789/171 |
???metadata.dc.type.dissertation???: | Dissertação |
Appears in Collections: | Análise Geoambiental: Coleção de Dissertações, Mestrado
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